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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

ADRIANO ESPÍNOLA

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ - 2024



LUÍS

                                     À Catarina

Senhora, que os meus lábios têm tocado
De Amor, que na distância mais se apura,
Quisera me hospedar em tal ventura
& contente partir no doce Fado.

Porém, hūa mágoa antiga hei exprimentado,
Quando o meu pensamento vos procura:
Quanto mais vos desejo mais agrura
Sinto bater no peito inconsolado.

Este Amor que vos guardo assim distante
Quer buscar no passado o seu futuro
& fazer do presente a eternidade.

Mas de tanto sonhar a cada instante
Com vossa fermosura & Amor tão puro,
Vou vivendo & morrendo de saudade.





Adriano Espínola (Fortaleza, 52), poeta, ensaísta e crítico literário. Pertence ao PEN
Clube e à Academia Carioca de Letras. Atualmente ministra, como professor-visitante,
uma oficina literária, no programa de pós-graduação em Letras da UERJ. É autor de
Metrô (7L, 2023) e Escritos ao Sol (Record, 2015), entre outros livros de poesia.

3 comentários:

  1. Um belo texto com raízes nas cantigas trovadorescas, em bela homenagem a Camões.

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  2. Belíssimo poema, querido Adriano! Parabéns!

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