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terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Amalri Nascimento- Depoimento

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 Amalri Nascimento, poeta e contista, dá o seu depoimento em apoio às atividades de Poesia Contemporânea da APPERJ . Potiguar, da cidade de Brejinho/RN, radicado no Rio de Janeiro desde 1996; Apperjiano nº468, Membro Correspondente da ALTO e IHGM - Teófilo Otoni/MG e ALAAP-RN;

" Sob o Farfalhar do Juazeiro e outros contos que conto" é seu livro de estreia. Artista Plástico, premiado em diversos Salões promovidos e/ou apoiados pela SBBA.

Amalri Nascimentro participou das três edições das Mostras de Poesia Contemporânea da APPERJ

Poema apresentado na I Mostra de Poesia Contemporânea em 2018, no auditório Machado de Assis, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

SOZINHO

Fechando-me a segredos 
De combinações infindas
A luz que descortinava as íris aos clarões do dia
Foi-se para se perder nos abissos
Mais recônditos de minh’alma querente 

Sem deixar resquícios de réstias
Por mais tênues que alimentassem 
Um lampejo de esperança
Prostrou-me a tatos doridos
Nessa solidão insana que lancina...

E mesmo que ínsita 
São mudos os ecos
Da aldrava fundida em sentimentos
 Do tempo perdido

O que fazer
Senão sangrar os dedos em agudas farpas
Ao esmurrar a crueza da madeira
De portas que se fecham

Sozinho e sob espreita de olhares hediondos
De gárgulas que vomitam torrentes
A pele nua sucumbe
Aos calafrios do relento que oprime a carne
Enquanto as entranhas reviram-se e ardem 
Às chamas de suplícios e desejos...


Poema apresentado na II Mostra de Poesia Contemporânea em 2019, no auditório Machado de Assis, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro

TEIAS ONÍRICAS Ao varar da madrugada Rasteja-se ao abraço do leito Meu corpo lasso, A inconsciência do tempo desejo como afago. Não há tempo nem espaço, Apenas o peso teso do torso, Membros em descompasso, Braços e pernas no vazio infindo do vácuo. A manhã fora engolida inteira! Carícias dum sonho amorfo Ecoam dum campanário distante Badaladas que sussurram o meio-dia, À cama, atadas em cobertores, digladiam horas insones... No fazer-se da tarde O sino insistente sopra um grito morno, Pesadelos cíclicos tecem fios oníricos Dum casulo que não se fecha no claustro desejoso. Levanto bocejo rastejo urino gargarejo escarro... Bebo e como... Ah, como bebo e como! Esgueiro-me pelos arcanos do quarto e recosto-me, Mergulho na modorra obsidente e readormeço Na feérica espera da metamorfose que não se completa


 

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