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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

FRANCISCO IGREJA (IN MEMORIAM)

 

    Vídeo com trabalho de Francisco Igreja apresentado no palco do Teatro Candido Mendes, em Ipanema/ RJ, durante a apresentação da VII Mostra de Poesia Contemporânea da APPERJ 2024.




Francisco Igreja (1949-1992)

Autor de: Script; Procura-se um poema; Nascimento de Irene; Das sortes e do destino; coautor de 4 poetas modernos; livronline Postais de Irene, todos de poesia. Ensaísta publicou: A Semana Regionalista de 22. Em conto: Renascer de Jacinto. Publicou, também, o Dicionário de Poetas Contemporâneos. Idealizador e fundador da Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro a APPERJ. Criou os Cadernos de Poesia OFICINA.

 


ADRIANO ESPÍNOLA

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ - 2024



LUÍS

                                     À Catarina

Senhora, que os meus lábios têm tocado
De Amor, que na distância mais se apura,
Quisera me hospedar em tal ventura
& contente partir no doce Fado.

Porém, hūa mágoa antiga hei exprimentado,
Quando o meu pensamento vos procura:
Quanto mais vos desejo mais agrura
Sinto bater no peito inconsolado.

Este Amor que vos guardo assim distante
Quer buscar no passado o seu futuro
& fazer do presente a eternidade.

Mas de tanto sonhar a cada instante
Com vossa fermosura & Amor tão puro,
Vou vivendo & morrendo de saudade.





Adriano Espínola (Fortaleza, 52), poeta, ensaísta e crítico literário. Pertence ao PEN
Clube e à Academia Carioca de Letras. Atualmente ministra, como professor-visitante,
uma oficina literária, no programa de pós-graduação em Letras da UERJ. É autor de
Metrô (7L, 2023) e Escritos ao Sol (Record, 2015), entre outros livros de poesia.

ANNA MARIA FERNANDES

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024

SUPER LUA



Carioca, formada em Jornalismo na FACHA e Direito , na Bennett , Anna Maria Fernandes é Conferencista, ensaísta, jornalista, já foi colunista do jornal Correio Brasiliense , nos anos 70Anna Maria tem 10 livros de poesia publicados e vários prêmios, seu segundo livro, Seiva e Sumo , foi agraciado com o prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras-ABL e foi co- editada pelo MEC É sobrinha do poeta modernista, do Rio Grande do Norte , Jorge Fernandes




ANGELLA WAINS

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ - 2024

ANDORINHAS





O céu chama
Por nossa terra em chamas
Seiva e sangue
Assaltados por fuligeme ganância
ResistemFaltam-nos o ar
Também cuidado
Respeito e irmandade
Sobram-nos a pressa
Também orgulho
Desatenção e prepotência
Em essência
Somos pulsar criativo
Insondável território
Nunca um viajantesomente luz
Somente sombra
Somos andorinhas
Interdependentes
Ainda que voando
Em ares caóticos
Colidindo ora com a lucidez
Ora com a vergonha
Há labaredasem todos os caminhos
Talvez tenhamos tempo de repensar
O lugar de construtores da vida
E da morte

Angella Wains



Carioca, escritora, cantora, compositora, professora da Rede Municipal do Rio de Janeiro,diretora membra da APPERJ. Livros de sua autoria: A Ciranda dos Pirilampos (IbisLibris,2016) e Guizos da Inocência (Ventura Editora,2021).

DANIEL CAMPOS

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ - 2024


O tempo perdoa
a pureza da flor
que mesmo murcha
tem seu ar de beleza.

A árvore sabe
que se torna seca
quando não bebe
o amor da água.

E nunca tem nome
o medo do escuro,
nós só queremos ver
atrás do muro.

Nosso futuro
é fogo aceso
e cheio de segredos.

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Daniel Campos Guerreiro nasceu em 1982 e mora no Rio de Janeiro. Publicou quatro livros de poemas e é apperjiano.


Daniel Campos Guerreiro
Jardim Botânico
Rio de Janeiro - RJ

JORGE VENTURA

 TORMENTA




*Dedicado ao épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, pelo V centenário de nascimento do poeta português.

a certa hora o poema é só tormenta
naufrágio de versos num mar insone
é vento ou vaga de uma luta sôfrega
ao farfalho de páginas e intentos

a certa hora o poema é só tormenta
vela perdida em busca de um cais
angústia de quem se afoga no caos
sedento por respostas tão somente

a certa hora o poema é só tormenta
serpente marinha na orla marítima
surrealismo, imagem sombria,

o nado ao nada, feroz e eminente
a certa hora o poema é só tormenta
singra nas águas pelo sangue célere
é noite profunda e manhã incerta
remo e rima soltos na correnteza

Jorge Ventura

Jorge Ventura
Carioca, é escritor, professor de Comunicação Social, ator, editor, jornalista e publicitário. Presidente da Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro (APPERJ), em seu terceiro mandato, é também titular do PEN Clube do Brasil, membro diretor da União Brasileira de Escritores (UBE-RJ), vice-presidente da ABLAP (Academia Brasileira de Letras e Artes pela Paz) e um dos integrantes do grupo Poesia Simplesmente. É autor de 11 livros, sendo três em coautoria. Seus textos podem ser encontrados em sites literários, jornais on line, blogs e dezenas de coletâneas impressas, nacionais e internacionais. Alguns dos seus poemas foram vertidos para os idiomas inglês, francês, espanhol, italiano e grego. Possui dezenas de prêmios como autor e intérprete. É proprietário da Ventura Editora, Editora Iniciatta e um dos sócios da CQi - Companhia de Quadrinhos Independentes. O lançamento do seu 11° livro, Outras Urbanas, ocorreu recentemente no Bar Ernesto, durante o Sarau Te Encontro na APPERJ!


ADÃO WONS

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024

A DANÇA DAS ESTAÇÕES 


Verão, calor que invade a pele,
Sol a pino, um mar de mel.
Folhas verdes, um manto fiel,
A natureza em seu esplendor revel.

Outono, cores que se misturam,
Folhas secas, um tapete dourado.
Vento frio, um sussurro rouco,
A natureza em transição, preparada.

Inverno, branco manto de neve,
Águas calmas, um espelho gelado.
Tempo de introspecção, de repouso,
A natureza adormecida, acalmada.

Primavera, vida que renasce,
Flores coloridas, um jardim florido.
Pássaros cantando, um hino à vida,
A natureza em festa, renovada.

As estações dançam, um eterno girar,
O tempo passa, sem se deter.
A natureza transforma, renova,
E a vida segue, a fluir e crescer.


Adão Wons é Poeta Brasileiro e escritor. Trabalha na grande área da
Saúde Pública, formado em Ciências Sociais pela UFRG.



MARIA HELENA LATINI



SALVAMENTOS


Uma travessia... um naufrágio
no ardoroso desígnio
de salvar poemas.
Nado ofegante
com um braço só
em desespero.

Posso morrer na praia.
Os poemas, não

Em respirações
boca a boca
a cada vez,
ao longo do tempo,
renascerei
e farei renascer.

Salvo-me e vos salvo.
Num glorioso espanto,
o drible inesperado
da arte;
o vir à tona
pra respirar
em longos ciclos

sem fim,
para sempre
e sempre,
amém.


Maria Helena Latini




MINIBIO:
Maria Helena Latini nasceu em São Gonçalo, RJ. É professora e escritora. Publicou "Roteiros de Vida" (Achiamè, 1991); “Fio de Prumo" (7Letras, 2006); “Ângela e Antônio” (Ed. Nitpress, 2011); "Múltiplo Um", (Editora LiteraCidade, 2015); “Duas Mulheres Entardecendo” (com Wanda Monteiro), (Editora Amo!, 2021). Antologias: "Poesia Sempre" (Biblioteca Nacional, 2006) e “Comunità Italiana”, (Ed. Comunità, 2006), Antologia de Poetas Latino-Americanos, (All Print Editora), entre outras. Para teatro, escreveu: "Afropoemas" (roteiro); "Dois monólogos entrelaçados"; "O que é Poesia?" e "Histórias do Mar”.




RENATA QUIROGA

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024


PÉTALAS DO TEJO

à Florbela Espanca



 Renata Quiroga
Psicóloga, psicanalista, escritora e poeta.
Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade - UVA.
Doutoranda e Psicanálise, Saúde e Sociedade – UVA.
Coautora e organizadora do livro "Psicanálise de Brasileiro"; – Vol. 2. 2021
Autora do romance: "O Escutador da Quaresma" - 2023


CLAUDIA LUNA


 VII MOSTRA DE MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ - 2024






Claudia Luna – Psicóloga e Arte Educadora-PUC Rio. Coordenadora de projetos
da Ong O Nosso Papel. Vice-presidente da APPERJ. 
Publicações: O Papel de todos nós – PVE
PUC Rio, Coletânea De Coração para Coração Poetas em Ação Pró Criança
Cardiaca.Participa de diversas Antologias.






TANUSSI CARDOSO

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024

O MORTO




Tanussi Cardoso, carioca. Graduado em Direito e Jornalismo. Poeta, contista, crítico, letrista e tradutor. Tem poemas publicados em vários países e traduzidos para diversos idiomas. Vencedor de mais de 40 prêmios literários, nacionais e internacionais. Publicado em dezenas de antologias, nacionais e estrangeiras, tem 15 livros de poesia, sendo o mais recente, “A urgência da tarde/La urgencia de la tarde”, com tradução ao espanhol do poeta chileno Leo Lobos e do autor, publicado pela Abra Cultural, Isla Canarias, Espanha, 2024. Em 2022, recebeu o TROFÉU ARTE EM MOVIMENTO, bem como o TROFÉU RIO, da UBE-RJ. Neste ano voltou a receber o Troféu Arte em movimento -10 anos da APPERJ. Membro do Pen-Clube do Brasil, da UBERJ e da APPERJ. Foi Presidente do SEERJ.



CELI LUZ

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ  2024





A premiada escritora Celi Luz tem 8 livros publicados, poemas vertidos para o espanhol, o inglês e o romeno. Membro do PEN Clube Internacional, da UBE RJ, da Apperj , da Asol e da ADABL. Realizou 9 Mostras de Poesia com alunos. @luz.celi



CHRIS HERRMANN

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA 2024

CERTIDÃO



Sou casada com a arte
de papel passado
escrito impresso carimbado
publicado no meu bloco de notas
musicais

desancorada do cais
das ilusões das correntes
que ficaram para trás

sem pesar no caos
desse meu peito corpo
semente coração

apesar que nada disso
é certo

porque certo mesmo
é que sou certidão indefinitiva
mente e fruto
da minha imaginação

meu paraíso particular

Chris Herrmann

Chris Herrmann é poeta/escritora, editora, webdesigner, musicista e ativista cultural, teuto-brasileira. Tem 13 livros publicados de poesia, romance, contos e literatura infantil.

CÁTIA GRANIÇO

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ- 2024

PASSADO, PRESENTE E FUTURO


O que fiz, enganada, no passado
Que o presente afetou, criando um muro?
O que faço hoje, num impulso errado
Que poderá mudar o meu futuro?

Passado. Foi amor sem qualquer vida
Lágrimas derramei, fechada em luto
E agora tudo apago, enlouquecida
Descarregando o tempo num minuto!

Presente! É onde vivo a cada dia
E a cada dia o coração batia
Por um alguém, que em sonhos eu amei

E o futuro? O futuro a Deus pertence
Que logo venha, sem maior suspense
Abrandar o passado que eu chorei



Cátia Graniço: uma poetisa que coloca a emoção e o sentimento em seus
poemas, deixando a sua marca em cada verso.

PAULO PINTO

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ- 2024

A CULPA DO POETA


Há momentos em que a razão
abandona o poeta.
- Que culpa tem ele?

Culpado por ouvir seu coração
Por cultuar a musa à flor da pele
Guardando qualquer verso que revele
Por outras musas, doce tentação

Culpado por beber cada emoção
Em simples taça, sempre a mais discreta
Sublimando as palavras, és poeta
Sacerdote no altar da inspiração


Paulo Pinto: um poeta que utiliza a poesia para dar vazão à sua visão de mundo.

MARISA QUEIROZ

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ - 2024

CAMÕES E EU


Poeta de terras lusas, alma antiga e beligerante
Através dos séculos, teu espírito perdura
Entre os pequenos nobres, aedos e poetas errantes,
Em versos livres, a vida buscando sem cura

Como um fantasma, atravessas eras, em nau de doce quimera
E em cada verso teu, minh’alma se enleva
Sorvo tua poesia com um amargo consolo
Entre taças de vinho e batalhas de íntimas feras

Jovem forte, de espírito audaz e avassalador
Nas naus intrépidas, a sorte te lançou,
Em cada batalha, um verso, um grito de paixão e de dor
Mas a poesia, tua amada, não te deixou.

Dinamene, tua musa, teu perdido sonho de eterno louvor
Em cada poema, alguma cousa da dor que te ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder um grande amor
Mas a poesia de tu’ alma, nunca se apagou.

Se amor é fogo que arde sem se ver e dor que desatina sem doer
Faço de teu canto um farol que guia meus desencantos
Amor é fogo que arde e combustível para viver
A dor é o élan da poesia que mata para depois nascer.

Marisa Queiroz




MARISA QUEIROZ é pernambucana de Olinda. Vive no Rio de Janeiro desde 1981. É Psicóloga e
Psicanalista. Especialização em Saúde Mental, Psicologia Médica e Psicossomática. Poeta e escritora,
com dois livros publicados. Membro da APPERJ, da AVPLP, da UBE e da SoCis.

KARLA JULIA

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ - 2024 





Karla Julia Dallale é formada em Direito UERJ, professora de Língua e Civilização Francesa e tradutora. Formada em Língua inglesa. Membro Titular do PEN Clube do Brasil, da União Brasileira dos Escritores, da Associação das Jornalistas e Escritoras do Brasil e da Associação Profissional de Poetas do Rio de Janeiro.
Livros:
1- “Alma Nua”. Rio de Janeiro: Editora Personal, 2012, 2² edição
2 “RECANTOS – dos versos íntimos”. Rio de Janeiro: Editora Parthenon, 2019. – Prêmio: Troféu Stella Leonardos , melhor livro de poemas de 2019 da União Brasileira dos Escritores (UBE) e do POLEM
3 - “Via Crucis”. São Paulo. Editora Penalux. 2022-“ 4- No meu fim está o meu começo- Encontros com uma Rainha”. São Paulo: Editora Penalux- 20222 – Prêmio : Concurso Internacional da União brasileira dos Escritores (UBE)- Categoria Romance- Menção Honrosa. Foi laureada com o 1º lugar no Concurso de Ensaios do PEN Clube do Brasil : “ Liberdade de Expressão e o Livre Trânsito das Ideias do Escritor”.


Hoje, seu site trilíngue, portemanteau.wordpress.com em parceria com Paula Gonzaga de Sa divulga a cultura pelos quatro cantos do mundo.

LUIZ ROBERTO BODSTEIN


DANTESCO INFERNO DAS HÁRPIAS


Oh tu, amante das Harpias, de tresloucada paixão...
Tu que bebes do veneno
Nesse desejo obsceno de tão louca obsessão...
Por que segues cada aceno?
De tantos, perdeste as contas...
Quão pequenas!... São quireras!
Não podes de tais quimeras fazer da alma o alimento,
Pois que são todo o tormento e o fel com que te defrontas!...
Retoma, pois, teus arreios. Redefine esse teu rumo!
No controle de teus freios, assume esse teu combate
Fazendo do esquecimento o trunfo do teu aprumo...
Pois que insistir no que é morto é deixar que ele te mate!


Luiz Roberto Bodstein

PATRÍCIA SOUZA

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ- 2024

ODE AO NAVEGANTE DA PALAVRA - MUNDO


No balanço das velas antigas,
os mares murmuram segredos,
um poeta se lança no vasto azul da história.
Tinta como bússolas,
versos como estrelas,
navega entre lendas, desenhando destinos.

Cinco séculos de alma em fúria,
e o mar, outrora caminho,
hoje é poema disperso em lusofonia.
Mas, não te cales, Camões!
Tua voz imponente ressoa
no canto que se faz e refaz.

Em cada paradoxo que crias,
vê-se o poder da palavra-mundo.
Em cada veia pátria e oceanidade,
és eterno na tessitura das palavras.
Cinco séculos são breves para ti.
Na lusa imensidão, cada canto é um conto,
rima/conquista, verbo/navega.
Em tua voz, o mundo se revela.

Entre teus ecos e mares épicos,
uma rota inédita se abre no meu caminho.
Sou verso, multi-versos dos mares inexplorados.
Nasci para desvendar mistérios.

Eis-me aqui, buscando um novo Cabo,
onde a vida, sem mapas, se faz odisséia.

Nas tuas linhas, me perco e me (re) encontro.
Sonhos e esperanças se (re) partem
num horizonte (re) inventado.
Com tua pena, carrego almas nas mãos.
Tua voz me guia por mares incertos,
onde a vida deságua em despercebidos re/versos.

Teu olhar, um só, vê cruzar tempestades,
em busca de terras ainda não vistas,
mas já sonhadas.
Cada dor é um Adamastor,
cada perda, um naufrágio,
mas no peito arde a coragem de ir além.
E tu, Camões, canta-nos com bravura,
que entre perdas e conquistas,
segues imortal na ode do viver.

Através de ti, descubro universos em mim.
Ilhas de solidão e redenção.
Nos mares da existência, escolhas!
O medo que retém ou a coragem que liberta.
Eis-me aqui, um navegante do destino.
No verbo que me guia, força.
Nas tormentas, resistência.
A cada amanhecer, renovação.
E se, ao fim, nada me restar,
que as águas levem tudo,
mas deixem-me o poema.

(Patrícia Souza)

JERONIMO CAMPOS

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024






ANTONIO JERONIMO DE SIQUEIRA CAMPOS 
JERONIMO CAMPOS ator/ poeta/ teatrologo Nascido em Maceió em 7 de abril de. 1955 filho de índio e uma negra lavadeira Gráfico de profissão radicado no RJ há 43 anos.
 Estudou arte dramática no teatro Deodoro e no teatro de Arena em Alagoas Participou nos anos 80 da criação do BALCÃO POÉTICO na casa do Estudante Universitário CEU RJ e do projeto PASSA NA PRAÇA QUE A POESIA TE ABRAÇA.
 Escreveu 3 livros Ventre Versos e Poetentando no Tempo Lua e Gotas de Orvalho Em 2023 pela VENTURA EDITORA

TELMA SALESA

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ - 2024





Sou Telma Salesa Santana da Silva, Rio Grande do Norte, Natal. Tenho formação em Física e Engenharia civil com Mestrado em Meio ambiente .Professora Universitária. Engenheira Especialista no Brasil e Bolívia. Trabalhos sociais. Poeta APPERJ com uma coletânea de sete livros de poemas, Contos e lembranças de vida. Entitulada de Vida e Sociedade.


TERESA DRUMMOND

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024

COMPOSIÇÃO DOS QUASE SESSENTA




Canto em mim
o menor
aos quase sessenta.
Pauta de afetos
cheia de sol
ré em tudo que traz dó.

Esvazio-me das pausas.
Preencho-as com allegro
solfejos, leveza...
pois que nada mais desafina
o cantar dos silêncios.

Se os acordes tencionam cordas, sopros e palavras
a maturidade cria outro arranjo
e se vai andante

Aos quase sessenta
desimportam-se os macros!...
Vivo em semitons, semissonhos,
semínimas...

Ser mínima
sem dor
maior.


Teresa Drummond

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TERESA DRUMMOND é poeta, contista e biógrafa, pedagoga e especialista em Educação de

Jovens e Adultos, professora em oficina de escrita literária, ativista




KARINE DIAS OLIVEIRA



TRISTE FIM


Sob a figueira centenária
A imaginação frutificava
Desde os tons esverdeados
À liberdade dos galhos...
Que alcançavam o azul celeste.

As suas raízes firmavam o meu corpo
Como alicerce nas palavras
Como as flores nas entrelinhas
Que proseavam em “brotos” na mente
Desvairando-se em explosões de cores...


Prova de amor e doação
Mal sabia a tal figueira...
Quantas histórias abraçaram o seu tronco
Sentimentos que aninharam-se em seu peito
Nos doces laços entre flor e fruto.


Mas, um dia... ela partiu
Triste fim da minha inspiração
Oh, figueira querida...
Dividida por um raio distraído
Não resistiu às feridas.



Karine Dias Oliveira. Pedagoga e professora. Pós-graduada em diversas áreas. Escritora de vários gêneros. Selecionada em inúmeras publicações, vencedora de Concursos Literários (além de menções honrosas e especiais)

FERNANDA OLIVEIRA

 

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ -2024

DEPENDÊNCIA



Sou capaz de atrasar o relógio do mundo
para me demorar entre as letras.
As letras me fazem verdejar,
refrescam meus ditos
e alimentam meus sentidos
tal qual o orvalho numa noite quente.
Um banho de letras me provoca
e eu cedo desarmada à sedução dos versos.
Juro que será o último,
mas é mentira.
Estou dependente.
Meus pulmões viciaram em poesia
e eu tenho um caderno confidente.


Fernanda Oliveira é autora de dez livros, sendo três de poemas e os demais infantis. Trabalha com cursos de Escrita Criativa no Projeto Morada das Palavras, da Hanoi Editora. Ama ler, escrever e falar poemas.



WG DO BASQUETE- CULTURA NA CESTA

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024

APRESENTAÇÃO DE WG


Cultura na Cesta

O Cultura na Cesta é um projeto social fruto de uma organização não governamental (ONG). Criado em agosto de 2005, une o basquete com educação e cultura, atendendo aproximadamente 70 crianças de 7 a 16 anos por semana no Cesarão e em Seropédica. Desde 2009, o projeto incluiu o “Ponto da Palavra”, que ajuda alunos com leituras e poesias. O Cultura na Cesta é, desde janeiro de 2015, um projeto que ostenta o selo Favela Criativa. Esse é um reconhecimento público de que se trata de um projeto competente, e que chancela o Cultura na Cesta para conseguir patrocínios e ações públicas necessárias para sua realização.





DEI RIBAS E LETÍCIA ALMEIDA - Poesia Teatral

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 

Dei Ribas e atriz Letícia Almeida (@euleticia) protagonizam a performance poética (Poesia Teatral), 'Abortado', num mergulho pelas veredas das relações de vida, ou amorosas, e seus conflitos, que provocam radicais mudanças, aceitação acomodada, ou despedaçam em reflexiva solidão. Texto: @deiribas Apresentação na memorável VII Mostra de Poesia Contemporânea da Apperj, no Teatro Cândido Mendes (Rio), em 23/09/24. Gratos! 




Fotos: @amalrinascimento
 @apperj.poesia 
@ciadelobosdeteatro

MARCUS K-LOT & DON CAPUCCINO - Ritmo e Poesia

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024


DON CAPUCCINO

MARCUS K-LOT

 

IGOR FAGUNDES E WILL SANTORINE

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024

Igor Fagundes e Will Santorine foram atrações convidadas na VII Mostra de Poesia Contemporânea da APPERJ. Apresentaram-se no palco do Teatro Candido Mendes em Ipanema/RJ, formando uma excelente dupla de artistas em um excepcional performance de dança e poesia 


TABELA PERIÓDICA

Depois das paixões de festim
quando o que era ouro no moço
virou metal de tolo em mim

e nunca mais a natureza permitiu
uma estrela de nêutron a chocar-se em outra
para a beleza do elemento áureo vir

rumo a tabela das ilusões periódica
é natural que falte oxigênio
nas relações que chamam de amorosas

e lembram gás lacrimogênio
se maldizendo ser gás nobre
dos benfazejos sentimentos

Há ligações com quem excede em sódio
e, feito ódio, pressão alta geram
levando ao risco de acabar em óbito

o bom afeto, cujo elétron medra
na busca básica por uma química
eram dois corpos que não sejam ferro

nem ardam ácidas no beijo as línguas
com tanta azia nesse adeus que as fere
mas sempre resta uma esperanças radioativa

(Igor Fagundes)







Igor Fagundes é carioca, poeta, crítico, ensaísta, ator e professor do Departamento de Arte Corporal da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutor e Mestre em Poética, especialista em Filosofia, é autor de outros quinze livros, vários deles premiados.




Conheça seu trabalho:   https://www.instagram.com/igorfagundes.oficial?igsh=MW5mdHQxYXo1YnBjYQ==


Will Santorine é carioca, filho de Yemanjá, crescido no subúrbio de Ramos. Artista e professor de dança, coreógrafo, ator, cantor modelo , performer, showman. Sua carreira percorre paises como Alemanha, Autria e Polônia, com destaque em Hamburgo.


GUI ALBUQUERQUE - HUMOR E POESIA



Gui Albuquerque é uma artista de stand up comedy que participou da VII Mostra de Poeisa Contemporânea da APPERJ 2024 como atração convidada. O comediante faz sucesso nas redes ao exaltar o orgulho tijucano.

“Eu Gago e Ando”  é seu espetáculo que entrou em cartaz entra em cartaz no dia 15/08/2024

Eu tenho muitos amigos ao meu lado
 que estão lutando pelo meu sonho 
junto comigo. 
A Tijuca vence por isso"
(Gui Albuquerque)

 Conheça sua página no youtube https://www.youtube.com/@oguialbuquerque.  Siga-o no Instagram https://www.instagram.com/oguialbuquerque/






ANDREA DHETHY- Corpo e Poesia

MAGO POETA 



Me deixa em paz
me deixa em paz
paz
paz
paz

O que é você nesse espaço não local
que me entrega sensações
imagens em círculo
espiral

Há um espaço quântico
que entrega letras
por vezes soltas
e sem sentido
se faz mister organizar
De outras claras
joias raras

A velha caneta que alguém empresta
tocando o guardanapo da festa
Eu ali no canto
está pronto
O poema nasceu

Um breve momento 
Uma dobra no tempo 
E se você for lento tudo se vai 
Tormento 

Como é rápido esse carteiro 
É função dele não vou reclamar 
mas é função minha receber? 
Por que?
 
Do quarto 
caminhando atrasada até a cozinha 
para um rápido café 
com pressa e de pé 
com o copo na mão 
E lá vem ele, ela, sei lá! 
Em seu breve tempo de ação 

Antes de descer as escadas correndo 
digito no celular 
pra não esquecer 
Estou atrasada 
e você não me deixa 

O que é você? 
Tire a máscara 
Feminino, masculino? 
Sem gênero? Tanto Faz 
se é azul ou lilás 

É um ancião que vem me ensinar? 
Ou uma criança 
que comigo quer brincar? 

Há dias que estou em marcha lenta 
não vê? 
Por que vem incomodar? 
Parece feitiço magia 
sei lá 

Porque ao passo que atormenta 
também me encanta 

Vai 
se apresenta 
Já sei! 
És um mago 
me rendo a você 

Afinal 
magia está em tudo que não se vê 
está na lente do microscópio 
no 5G no arrepio do corpo 
no auge a dois 
no dejave 

Está em toda parte 
desde o acordar 
até na colher que no copo bate 
criando um belo som matinal 

Essa magia coabita conosco no dia a dia 
sem quase ninguém perceber 
Está na arte 
No corpo inteiro 
poro a poro 
Dna 

Quer saber? 
Pode entrar 
mas de amigo 
vou te batizar 
amigo Mago
 Mago Poeta

Andréa Dhetty





ABHAY ZUKOSKI

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024

O BELELÉU
Abhay Zukoski


Já ouvi muitas pessoas dizerem que, quando suas coisas desaparecem, todas foram para o beleléu. Estou curioso pra saber onde fica esse lugar. Muitas coisas que eu adorava estão lá...
Mas onde fica esse BELELÉU, afinal? As pessoas aceitam isso, é normal?
Estou curioso sobre isso, pois muitas coisas que eu adorava me disseram que foram pra lá... o Teatro de Marionetes, meu cachorro Siddhi, uma viagem que a gente queria fazer...
Estou muito interessado em visitar esse local, onde fica, alguém pode me dizer?
A primeira namorada, a minha casa querida, será que ficarei sem vê-las pelo resto de minha vida?
Cheguei até a pensar que fosse o céu, mas minha mãe disse que não. Onde fica então? Ela não sabe me dizer, então me diga você!
A Rádio Maluca, meu caderno de mestre-cuca, brinquedos sumidos na mudança...posso ainda ter esperança?
Onde fica esse BELELÉU? Me diz, me diz, me diz.
Só assim poderei ser feliz.

Abhay Zukoski


Abhay Zukoski – É carioca, nascido a 24 de fevereiro de 2006. Faz parte do MAMI (Movimento Artístico e Musical para a Infância), adora teatro, música e literatura. Já publicou 5 livros e é também contador de histórias.

INSCRITOS NA VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORANEA- EDIÇÃO PRESENCIAL- TRABALHOS APRESENTADOS NO TEATRO CÂNDIDO MENDES EM 23 DE SETEMBRO DE 2024



 INSCRITOS NA VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORANEA- EDIÇÃO PRESENCIAL- TRABALHOS APRESENTADOS NO TEATRO CÂNDIDO MENDES EM 23 DE SETEMBRO DE 2024

BRENDA MARQUES

VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024

POESIA SONORA



BRENDA MARQUES PENA |

Brenda Mar(que)s Pena é jornalista, poeta, pesquisadora, percussionista, baterista e performer
de Belo Horizonte. Mestre em Literatura (UFMG), Doutoranda em Linguagens (CEFET-MG).
Autora dos livros Poemaracar, Tsunâmica, Desnaturalizados e Poesia Sonora: história 
desdobramentos de uma vanguarda poética. Organizadora da coletânea/série Nós da Poesia
que está no nono volume.


BRUNO BLACK

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024



PRECISO SEGUIR

Reage
Dê as suas palavras à força que deve

Limpe da mente o medo
E siga
Toque em seus sonhos
Sinta sua alma
Mova seus pensamentos
E transcenda...
Têm limites?
Ultrapasse-os!
Têm medos?
Desengasgue-se!
Têm sede?
Beba-se!
Entende onde mora sua alma?
Sentiu que você é chave?
Então encontre a seu caminho
E pegue a estrada dos seus sonhos
Que no mais...
O destino arruma a sua melhor roupa
E te dará oportunidade de ser livre como uma águia no céu.
Se eu fosse você repetiria incansavelmente:
Preciso seguir! Preciso seguir!
Preciso seguir! Preciso seguir!
Preciso seguir! Preciso seguir!

Bruno Black
















CLÉCIA OLIVEIRA

 VII MOSTRA DE POESIA CONTEMPORÂNEA DA APPERJ 2024


A SALA


A sala não está vazia
Pensamentos pincelam o cubo geométrico do tempo
Que guarda razões, memórias e intenções.

O descanso preciso ao pensamento
É o deslize dos que se deixam
Criar seres escritos
Livres
Ideias sem testes
Silêncios que sabem aconchegar desejos
À espera das trocas ao longo dos tempos que contentam.

Histórias rascunhadas aos olhos fechados do agora
Voltam a contar além das paredes
Sonhos são realidades
Vontade de pincelar saudades.

Acima das portas
Firmes são os interesses íntimos
Abertos à nova jornada da sala
Que se demora em cada época
Redesenhando novas memórias
Que podem sair ou ficar
Enquanto estiver comigo
A balançar.


Clécia Oliveira
[Poeta, Produtora Cultural/Audiovisual/Editorial, Revisora, Jornalista]